segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Jamón Serrano

Segunda-feira, Barcelona, e um frío absurdo lá fora... Mas agora aproveito minhas horas livres no trabalho pra aprender como usar um Mac!

Esta noite rock n' roll!!! Aproveito pra subir uma foto da galera la em Oslo, Noruega (foto do Badalhoca).

Deixo com vocês um texto que escrevi como presente de aniversário para o parceiro Soizóide no ano passado:


"Esta manhã de quinta-feira, enquanto botava fatias de presunto cru – famoso prosciutto – na torrada para o café da manhã, pensei que este espécime merecia uma homenagem.
Na Espanha, maior produtor do chamado jamón serrano, é costume comer diariamente esta carne proveniente do “cerdo”. Não é a toa que o consumo per capta seja de 5kg ao ano num país onde a produção supera a cifra de 40 milhões de peças (patas) anuais! O que muitos não sabem é que existe toda uma tradição, podendo-se até dizer uma arte, para obter o produto final. Aqui tentarei aclarar a ignorante dúvida “por que o presunto cru é mais caro que o ordinário se o primeiro nem precisa cozinhar?”.
Tudo começa com a criação dos porcos específicos, que são devidamente alimentados e cuidados. Cada um é tratado de forma diferenciada, já que uma produção de respeito nunca poderia visar unicamente à criação em massa, ou seja, a lucratividade. Além disso, os cerdos são divididos em vários subgrupos, que se diferenciam no produto final. 88,7% da produção provêm do cerdo blanco, que incluem a mistura de raças Duroc, Landrace, Large White e Pietrain. O restante, em menor número, mas mais nobre, representa o presunto do cerdo ibérico, proveniente da raça Duroc.
Antes de termos o prosciutto cortado e pronto para botar na baguette, ele passa por diversos e longos processos, sempre levando em conta os níveis de umidade e temperatura, que consistem em salinización, lavage, secado e maturación das patas traseiras do cerdo. A qualidade do produto final depende do tempo levado no processo total – curación - e na consistência da carne; a curación do jamón de cerdo blaco leva entre 14 e 30 meses, enquanto a do cerdo ibérico leva de 24 a 38 meses!
E a tradição não termina por aqui. Na Espanha são famosas as lojas específicas em vender a pata inteira do jamón serrano, dando aos espanhóis a possibilidade de tirar uma lasca dela cada vez que querem comer uma fatia fresca e saborosa, sem ter que sair de casa! Logicamente tem que se usar uma prensa para fixar a pata e uma faca específica para o corte. Os preços variam de acordo a qualidade, podendo custar de 50 a 400 euros, sendo os de pata negra os mais caros. A peça geralmente pesa ao redor dos 7 quilos.
Agora que vocês sabem como funciona esta arte, torre fatias de pão italiano, raspe alho nelas, ponha filetes de jamón serrano e complete com uma jorrada de azeite de oliva extra virgem. Tomate é opcional. ¡ Buen apetito!"



Boa semana,

Matias


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